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Centro de Estudos Poloneses

Solidarni z Ukrainą / Solidários com Ucrânia

Onde está o rei que manda essas massas pra carnagem?
Arrisca sua cabeça? Compartilha da coragem?
Não. Ele está a milhas, sentado no trono,
O rei grande, da metade do mundo é dono;
Franziu o cenho, - cem mil presos se amontoam em transporte;
Assinou, - mil mães dos seus filhos lamentam a morte;
Acenou, - os látegos cortam peles do Quiva ao Neman.
Potentado como Deus forte, vil como satã,
Quando ao longe os Otomanos temem teus fuzis,
Quando teus pés são lambidos por enviados de Paris,
Só Ucrânia*, a única, do teu poder zomba,
Contra ti a mão levanta e a coroa tomba.
* no original: Varsóvia

Fragmento de Reduta Ordona de Adam Mickiewicz
Tradução: Piotr Kilanowski, Milena Woitowicz Cardoso, Luiz Henrique Budant

Estamos expressando nossa solidariedade com o povo ucraniano, vítima de uma invasão brutal e injustificada por parte da Rússia. O trecho acima é um fragmento do poema Reduta Ordona do poeta nacional polonês Adam Mickiewicz, escrito em 1830 quando então a Polônia estava lidando com os exércitos russos em um de seus Levantes contra o agressor e ocupante. Hoje o lugar da Varsóvia de então foi tomado pela Ucrânia...

Se alguém quiser ajudar:

Introdução

O Centro de Estudos Poloneses (CEPOL) é um espaço de pesquisa e divulgação de culturas, literaturas e línguas da Polônia e seus descendentes. O Centro foi fundado em 2020 pelo professor do Curso de Letras Polonês Piotr Kilanowski, junto ao Departamento de Polonês, Alemão e Letras Clássicas, e teve seu lançamento remoto em 2021. A fundação do espaço foi possibilitada pela colaboração do Setor de Ciências Humanas e do Consulado Geral da República da Polônia em Curitiba e pelo apoio financeiro do Ministério dos Assuntos Exteriores da República da Polônia. O espaço promove cursos de extensão, divulga pesquisas de docentes e discentes do Curso de Letras Polonês e conta com um espaço de pesquisa e didática munido de uma biblioteca especializada. Entre os projetos do CEPOL, estão: a digitalização dos arquivos históricos da comunidade de poloneses e seus descendentes no Brasil, um grupo de tradução colaborativa que tem entre seus membros docentes, discentes e egressos do Curso e um grupo de pesquisa dedicado ao estudo da literatura polonesa.

A ideia do Centro de Estudos Poloneses norteia-se nas bases da Polônia como país multicultural, aludindo a ideia da Polônia multiétnica e tolerante, na qual conviviam pacificamente durante séculos várias nações, religiões e culturas em mútuo respeito e colaboração. Essa ideia é particularmente importante no mundo de hoje que observa a crescente onda de intolerâncias e nacionalismos exacerbados. Trata-se da ideia da Polônia evidente nas obras dos últimos ganhadores poloneses dos prêmios Nobel em literatura. Itzhok Bashevis Singer, galardoado em 1978 por contar a história dos judeus poloneses antes do Extermínio no idioma deles, iídiche, que mal sobreviveu o desastre que os vitimou, Czesław Miłosz, ganhador de 1980 que gostava de se apresentar como lituano e incorporou toda a tradição de tolerância e multiculturalidade das terras do Leste onde por séculos conviviam poloneses, bielorussos, lituanos e ucranianos, Wisława Szymborska, que recebeu o prêmio em 1996 e cujo olhar profundamente humanista, sábio e aberto para todo tipo de alteridades e paradoxos que nos marcam como espécie conquistou leitores de todo o mundo, incluindo o Brasil e, por fim, Olga Tokarczuk que ganhou o prêmio em 2018, que em sua literatura mostra-se como defensora de todo tipo de diversidades, minorias e excluídos da visão do mundo em que vivemos e entende a literatura como um exercício de imaginação empática na construção do mundo.

Por outro lado, a história polonesa que se reflete na sua cultura também foi o palco de eventos traumáticos do século XX, o país devastado pelo totalitarismo de raças e pelo totalitarismo de classes e por isso, sente necessidade de levar adiante a mensagem que espera poder sensibilizar e prevenir a repetição de genocídios e opressões. E talvez por isso sua literatura foi agraciada com esses prêmios cuja quantidade na história do último meio-século só é igualada por literaturas francesa, norte-americana e britânica.

As culturas polonesas e suas línguas das partes mais variadas da Polônia estão também na base da cultura do Sul do Brasil, pois vieram e foram mantidas pelos imigrantes que ajudaram a construir o Brasil. Sabemos disso em Curitiba, a cidade por um lado construída por imigrantes de poloneses e reinventada por um descendente de judeus poloneses Jaime Lerner. Sabemos disso na UFPR em cuja fundação os poloneses tiveram o papel importante. Essas variedades linguísticas do polonês, graças ao curso de Letras Polonês ganharam por fim suas pesquisadoras universitárias: a prof. Alicja Goczyła Ferreira e uma das nossas egressas, Sônia Niewiadomski.

O centro quer dar voz e visibilidade a toda essa multiplicidade de culturas, histórias, línguas (lembrando que temos entre os docentes do curso um grande especialista em esperanto, a língua universal criada na Polônia por Ludwik Zamenhoff) variedades linguísticas, e temas literários relacionados ao assunto Polônia. Estaremos abertos para receber as colaborações de cientistas do Brasil e do mundo, para enriquecer os nossos saberes e unir forças na pesquisa e sua divulgação.

Texto de Piotr Kilanowski apresentado na solenidade de lançamento do CEPOL

Solenidade de Lançamento do Centro de Estudos Poloneses

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